Friday, May 20, 2005

Recordação da casa amarela

As paredes do quarto ao lado são vermelhas, as janelas são pretas. No meio do quarto, debaixo da luz azul, está uma banheira branca, onde os amantes se deitam. Ela tem a forma de concha e ele de búzio.

Ela é neve e ele é água.

Quem és?
Reconheceu-lhe o desconhecido, desconheceu-lhe o conhecido, a madrugada transparente e a terra molhada. Reconheceu naquela água a liberdade, a liberdade que tantas vezes a prendeu, a água que tantas vezes bebeu. Ele diz-lhe que é a primavera. Sussurra silenciosamente que ama o amor dela.
Um fruto aberto ao meio onde ela pode entrar…
Ela meteu-se para dentro, fechou a porta amarela. Comeu o fruto.

E deu-me as boas noites.

LunaPapa

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