As paredes do quarto ao lado são vermelhas, as janelas são pretas. No meio do quarto, debaixo da luz azul, está uma banheira branca, onde os amantes se deitam. Ela tem a forma de concha e ele de búzio.
Ela é neve e ele é água.
Quem és?
Reconheceu-lhe o desconhecido, desconheceu-lhe o conhecido, a madrugada transparente e a terra molhada. Reconheceu naquela água a liberdade, a liberdade que tantas vezes a prendeu, a água que tantas vezes bebeu. Ele diz-lhe que é a primavera. Sussurra silenciosamente que ama o amor dela.
Um fruto aberto ao meio onde ela pode entrar…
Ela meteu-se para dentro, fechou a porta amarela. Comeu o fruto.
E deu-me as boas noites.
LunaPapa
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